Confesso que nunca fui muito fã
de filmes brasileiros, na minha cabeça, sempre relacionei a produção cinematográficas
brasileira com filmes de comédias ou infantis (temas que não são os meus
preferidos), entretanto a pouco tempo atrás comecei a ler um livro sobre
resenhas, o nome do livro é “Os melhores filmes novos – 290 filmes comentados e
analisados” (Luciano Ramos) e dentre os temas abordados no livro o que mais me
chamou atenção foi “Filmes Brasileiros”. Hoje em dia essa minha impressão está
desaparecendo, visto as mudanças e os investimentos que estão surgindo nesse
novo quadro da 7ª arte brasileira.
Percebendo que o cinema
brasileiro sofreu uma evolução, com vários filmes sendo premiados e consagrados
em festivais cinematográficos, com a visibilidade que nossos artistas
brasileiros estão tendo fora do país e principalmente pelo exponencial
crescimento de produções cinematográficas nacionais, fiquei interessado em
saber como e quando foi que ocorreu essa mudança dos filmes nacionais e daí
veio a ideia de pesquisar sobre o histórico do nosso cinema em ascensão.
Tudo começa com putaria. Nas
décadas de 70 e 80 o Brasil estava passando por uma grande crise e nessa época,
a qualidade do cinema foi deixada de lado, os filmes de temática simples,
consumo fácil e de caráter sexual são produzidos em larga escala. Os filmes
realizados nessa época e com essa temática são conhecidos como
“pornochanchada”, entretanto neste mesmo período alguns cineastas produziram
filmes bons e de qualidade, como, Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) e Xica
da Silva (1976).
Os anos 90 foram de grande
produção do cinema brasileiro, mas precisamente em 1995 ocorreu uma grande
mudança no quadro cinematográfico do Brasil. Com politicas de incentivo e
empresas patrocinadoras, o Brasil começa a produzir filmes que mobilizaram
grande número de espectadores para o cinema. No período de 1995 à 2005 a
produção de filmes nacionais cresceram exponencialmente e os filmes de maiores
bilheterias ficaram com os de temática infantis (daí nasceu meu preconceito),
principalmente aqueles que envolvem personagem televisivos populares, como os
filmes da apresentadora Xuxa e do comediante Renato Aragão e seu querido
personagem Didi.
Hoje o quadro da produção
cinematográfica no Brasil está melhor do que nunca. Nunca se produziu tanto
quanto agora, com temas tão variados e qualidade para competir com o cinema
exterior, a prova disso é o filme Tropa de Elite 2 que foi cotado para
concorrer, em 2012, ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Fora esse, existem
vários outros filmes de qualidade com os mais variados temas: policial (Tropa
de Elite), suspense/terror (Quando Eu Era Vivo), drama (Casa de Areia), documentário (Elena), entre outros.
Infelizmente, mesmo com a
melhora, a produção e divulgação do cinema brasileiro ainda são muito
dificultadas, uma vez que a indústria cinematográfica do Brasil ainda não pode
ser considerada autossuficiente, porque os produtores ainda necessitam de ajuda
dos incentivos fiscais para se sustentar, sobre tudo, pelo governo federal.
Alguns fatores devem ser
considerados para justificar a nossa limitada capacidade produtiva em termos de
cinema, como: a concentração das empresas produtoras no estado do Rio de
Janeiro e São Paulo; a concorrência das empresas internacionais que dominam o
mercado cinematográfico mundial; o preço do ingresso que sempre foi superior ao
poder aquisitivo do brasileiro em suas épocas correspondentes, entre outros.
É importante saber também que as empresas
internacionais influenciam fortemente o setor de produção e exibição
cinematográfica do país, que ficam à mercê dos acordos comerciais que lhe são
impostos. O setor produtivo depende delas para
chegar às telas de cinema e o setor exibidor, para ter acesso a produções que,
provavelmente, serão rentáveis em bilheterias. Para garantir maiores
rendimentos por meio de melhores índices de público, essas empresas preferem
exibir as superproduções americanas. Essas superproduções, como são
distribuídas pelas grandes empresas internacionais que dominam o setor de
distribuição, chegam ao mercado ainda com número de cópias bastante superior ao
das produções nacionais, o que provoca um cenário excludente ao cinema
nacional.
Visto esse quadro desfavorável da
distribuição e exibição dos filmes brasileiros, acabamos perdendo a
oportunidade de ter acesso a vários filmes nacionais excepcionais que estão sendo
feitos na atualidade, como exemplo, Estômago (Marcos Jorge, 2008), Não Por Acaso (Philippe Barcinski, 2007), Jogo de Cena (Eduardo Coutinho, 2007), entre vários outros.
E vocês? Curtem filmes
brasileiros? Qual o melhor filme nacional que vocês já assistiram? Nos dêem
indicações.
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